Gerir o dinheiro em viagem

Dinheiro, cartões, quanto podes e queres gastar etc etc… Estás a viajar e queres aproveitar bem o momento, por outro lado sabes que eventualmente terás que voltar da viagem e restabelecer a tua rotina, e a partir daí entra o dilema: “yolo” (you only live once) vs tenho que me controlar. Neste artigo vou enumerar algumas dicas para tu gerires e organizares o teu dinheiro em viagem.

Primeiro : faz um orçamento diário ou semanal e respeita-o (ou tenta):

Podes fazê-lo através do excel, no app travelspend, no notion, ou simplesmente no bloco de notas no teu telemóvel. Antes de criares o teu orçamento diário, deves consultar os sites numbeo, budgetyourtrip ou expatistan para ter uma ideia do preço das coisas em cada cidade pelo mundo fora e claro, pesquisa por blogs (em inglês) de outros viajantes que já fizeram o que tu queres fazer, como por exemplo usando os termos de pesquisa “how much I spent in + nome da cidade”

Segundo: cria uma conta no Revolut

O Revolut é uma conta online que podes carregar com saldo (normalmente em € (Euro) e depois pagar em qualquer moeda (dólares, libras, liras turcas, baht tailandês, real brasileiro, zloty polaco, etc…) em qualquer país, sem custos escondidos ou comissões absurdas, e ao melhor câmbio possível – tudo isto porque o revolut, ao fazeres o pagamento, faz a conversão de forma automática.

Além disso, caso seja necessário, podes levantar dinheiro em vários atms por esse mundo fora e muitos deles não cobram taxa de levantamento e os que cobram será só um “bocadinho”…

Mas então, como descobrir os melhores bancos? É fácil, vai a este grupo do facebook e procura pelo país que quiseres na barra de pesquisa do grupo.

Terceiro: guarda uma parte para emergências

Convém criar um orçamento de emergência, caso seja necessário suportar os custos de alguma despesa inesperada. No caso de despesas médicas (entre outras), eu recomendo que dês uma vista de olhos no site da iati, caso queiras fazer um seguro de viagem, visto que o próprio seguro poderá suportar certos gastos. Lê a parte faq do site e estuda todas as opções da iati.

Quarto: informa-te se o país é “cashless” ou se ainda tens que pagar as coisas em dinheiro vivo

Com o surgimento do revolut, já quase nem precisas de ir a uma casa de câmbio trocar euros pela moeda local do país para onde vais, nem levar maços de notas em viagem como no século passado, já que, se tiveres saldo no revolut, quando já estiveres no teu novo destino, vais à caixa de multibanco (do banco mais favorável) levantas dinheiro e pronto. Existem exceções, como é o caso do Irão (entre outros países), mas na maioria das nações por esse mundo fora, vais conseguir usar o teu cartão revolut tanto para fazer pagamentos como para levantar dinheiro.

Conselho de amigo: convém sempre levar algum dinheiro vivo para o primeiro dia (independentemente do país), para isso terás que ir à loja de câmbio com a melhor classificação do Google na tua cidade e trocares os euros pela moeda estrangeira na loja. Por exemplo, se fores para o Brasil, convém levar alguns reais no bolso (imagina 50 euros em reais que deves trocar ainda em Portugal na loja de câmbio), mas para o resto da estadia, poderás pagar tudo em cartão e sempre que for necessário dinheiro vivo, basta levantar dinheiro por lá no ATM mais favorável (segundo a minha experiência e o grupo de facebook “revolut portugal” o melhor banco é o Bradesco).

Em suma (estás a ver professora, ainda sei acabar os capítulos em condições), pesquisa sempre pelas regras de pagamentos de cada país usando estes termos no Google “everything about money in nome do país” e dessa forma ficarás informado de praticamente tudo: se aceitam cartão ou só dinheiro vivo, os melhores bancos, se certo país cobra alguma taxa extra etc etc…

Quinto: Deves comprar com antecipação tudo o que conseguires?

Obviamente que o alojamento e os voos devem ser comprado com antecipação antes de chegar ao destino, mas e em relação ao transporte terrestre e tours ou excursões?

Ora, sobre tours, eu normalmente pesquiso pelos mesmos no getyourguide ou viator e depois descubro qual a empresa local responsável pelo tour e reservo diretamente com essa empresa local (se tiverem site próprio, claro). A questão é que, em vários países, dependendo da tua experiência e capacidade de negociação, pode sair mais barato ir diretamente à loja/agência e pagar em dinheiro vivo na hora, até porque dessa forma os negócios locais evitam taxas de transação, taxas do getyourguide etc etc. Mas qual o risco disso? É já não haver vaga para ti no tour/excursão, por isso será sempre arriscado, principalmente se estiveres a viajar na temporada alta. O que preferes fazer? Fica ao teu critério..

E os transportes terrestres Vasco? Sobre transportes, sendo possível, deixa logo reservado e pago com antecedência (quer seja bus, avião ou comboio). Vai ao site rome2rio ou 12go (se estiveres na Ásia) para descobrires as empresas responsáveis pelo transporte de x a y, e reserva o teu bilhete diretamente no site e pronto, “tá feito”. Claro que se estiveres no meio de uma aldeia na Colômbia ou numa cidade do interior da Índia, provavelmente não vai ser possível comprar bilhetes online, ou seja, haverá situações em que tudo será feito e pago pessoalmente, mas havendo a chance de te organizares previamente, aproveita-a!

Sexto: regista os teus gastos

Usando o cartão revolut, dentro da app já poderás verificar quanto vais gastando por dia, no entanto, se estiveres num país que tenhas que pagar tudo ou quase tudo em dinheiro vivo, vai registando os teus gastos “à mão” e para isso basta usar o bloco de notas do telefone ou uma app para o efeito como a xpensetracker ou a Spending Tracker.

Sétimo: controla o câmbio

Não há muito a dizer, instala o app xe currency e vai verificando quanto é que estás a pagar na moeda local vs em euro.

Oitavo: distribuição de dinheiro e cartões

No caso do revolut eu tenho dois cartões: no estrangeiro um deles anda sempre comigo na rua e o outro fica guardado no hotel/alojamento. Assim se perder 1 ou se mo roubarem, tenho o outro bem guardadinho. Em relação ao cartão português da conta portuguesa, só o uso em países cujo o euro é a moeda oficial e é a mesma coisa que o revolut… 1 deles fica guardado no alojamento e o outro anda sempre comigo. Já para não falar que é possível fazer pagamentos através do telemóvel (apple pay ou Google pay), mas como ainda não é algo banal por esse mundo fora, é melhor falar sobre isso daqui a uns anos. Talvez quando deixarem de transmitir o “Preço certo” na RTP será a hora certa de falar disso.

Sobre dinheiro vivo:

Se quiseres esconder alguma parte do teu dinheiro vivo quando estás a viajar por aí, existem várias maneiras criativas: esconder no soutien, nas cuecas, dentro da sapatilha (ténis) com fita cola ou simplesmente deixando parte do dinheiro noutro bolso, ou seja, se estiveres com notas, não deixes tudo na carteira, mete algumas no outro bolso. É claro que isto são estratégias para usar em último caso se estiveres a viajar por alguma zona ou região mais perigosa. Se porventura, tiveres curiosidade em saber como outros viajantes escondem o dinheiro, vê alguns vídeos no youtube pesquisando por “How to hide money when traveling”.

Finalizo o texto, dizendo-te que se quiseres ficar 100% preparado ou preparada para as tuas próximas viagens, poupar centenas de euros e outras centenas de dores de cabeça, ter uma viagem super otimizada e ter acesso a dicas espetaculares de forma lúdica e organizada, entra já no curso essencial em viagem! Estou à tua espera por lá!

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