Perguntas mais comuns feitas na imigração dos aeroportos

Sabes aquela sensação quando entras numa loja de roupa, e depois no momento de ires embora, mesmo que não tenhas comprado nada, sentes aquele nervosismo com um medo imaginário de que o alarme soe? Pois… é mais ou menos essa a sensação que vais sentir ao passar pela imigração dos aeroportos, onde verificam o teu passaporte e aferem o motivo da tua viagem.

Neste artigo, aqui o Vasquinho (como me tratam quando me querem pedir favores) vai-te informar quais as perguntas mais comuns que costumam fazer nos aeroportos e como te deves preparar para as mesmas. Ah, e umas dicas porreiras sobre este assunto.

Primeiro, convém ficares a saber que uma das etapas obrigatórias em voos internacionais é a imigração no aeroporto.

Como funciona?

A imigração no aeroporto é o controlo da entrada e saída de pessoas de um país. A fiscalização é comum e na maioria dos casos, decorre com naturalidade e rapidez. Trata-se de um protocolo de segurança obrigatório que é repetido milhares de vezes pelos agentes oficiais de cada país, com o objetivo de evitar que pessoas mal intencionadas entrem nos seus países, ou (um caso muito comum)  “turistas disfarçados”, que dizem ao agente que vão para x país em turismo, mas na verdade têm a intenção escondida de viver no país para onde vão…

Quais as perguntas mais comuns?

De onde vem o seu voo?

Esta é uma pergunta comum que é feita para determinar se estás a voar de um país de alto risco, ou, apenas por interesse e para testar a tua “sinceridade espontânea”. Deves responder com a cidade e o país. Por exemplo: “Voei do Porto em Portugal”.

Onde vai ficar hospedado?

Os funcionários da alfândega querem que sejas extremamente específico, por isso certifica-te que tens a morada apontada, e idealmente o comprovativo da reserva impressa. Se por algum motivo, estás a viajar para algum país e ainda não tens alojamento (isso seria algo grave), aponta pelo menos 3 ou 4 alojamentos/hostel/albergue/hotel para que o funcionário saiba que pelo menos fizeste essa pesquisa prévia.

Qual é o motivo da sua viagem?

Embora possas responder com apenas  “em trabalho” ou “turismo”, quanto mais específico fores, menos perguntas vão-te fazer. Ex: “Sempre quis vir à Costa Rica, por isso aproveitei as minhas férias para cumprir o meu sonho” – podes até mostrar o teu roteiro se já o tiveres.

Regra geral: quanto mais detalhes sobre a viagem tiveres, melhor!

Qual é a duração da sua estadia?

Esta é uma das perguntas mais comuns na alfândega do aeroporto. Isto é fácil – é só dizer os dias que batem exatamente com a duração do alojamento + data do voo de regresso. Lembra-te: obviamente que tudo tem que fazer sentido e tens que ser sempre sincero, não te armes em chico esperto.

Qual é a sua profissão?

Esta informação é útil, não só para testar a tua sinceridade como também para que o agente da imigração consiga calcular os teus rendimentos e para aferir se realmente te poderás sustentar monetariamente durante o período que estiveres num determinado país. Na verdade o agente teria vontade de te perguntar “quanto dinheiro é que tens para a tua viagem?” – no entanto, e apesar de ser uma pergunta que te podem fazer, eu creio que é demasiado invasiva – enfim…os agentes procuram respostas rápidas e diretas, sem hesitação nem “enrolação”, não vais inventar a tua profissão…

Ah, mais uma coisinha: dependendo da profissão, poderá ser-te solicitado um comprovativo que efetivamente prove que exerces esse cargo, mas isso já vai depender de cada agente também (alguns são mais metódicos que outros).

Tem alguma coisa a declarar sobre a bagagem?

Dependendo do país para onde viajas, certos artigos não são permitidos de levar na bagagem, ou até tem alguns que o são, no entanto têm de ser declarados. Nunca te esqueças de obter essa informação antes de viajar, para evitar irregularidades, multas e problemas. Por exemplo se fores para os Estados Unidos da América, pesquisa por “what is forbidden to bring to US” uns dias antes da viagem para te prevenires.

Em que ano nasceu?

Esta é sem dúvida a pergunta que vai detetar se estás a mentir ou não… qualquer hesitação levantaria suspeitas. Toda a gente sabe em que ano nasceu…(a não ser que tenhas bebido duas sangrias antes do voo… nesse caso eu também não ia saber a minha data do nascimento…)

Com quem está a viajar?

Esta nem precisa de explicação.

Em que dia regressa ao seu país?

Esta nem precisa de explicação parte 2.

Perguntas menos comuns com exemplos pessoais

Quanto dinheiro é que tem?

Lembras-te que eu falei disto? Pois…pode acontecer…se desconfiarem que não tens orçamento suficiente para estar num determinado país… e a última coisa que eles querem é turistas/viajantes a causar possíveis problemas por falta de fundos.

O que é tu conheces do país X?

Exemplo pessoal 1: Quando fui a Israel, perguntaram-me porque é que me chamava “Vasco” e se eu sabia o que era o Yom Kipur. Eu como já tinha investigado que Israel tem os agentes de imigração mais difíceis do mundo, estudei o básico da cultura e história daquele país fantástico. Nota: quando puderes vai a Israel, vale mesmo a pena!

Já agora, aprende também o que é o Yom Kipur: é uma das datas mais importantes do judaísmo, celebrada uma vez por ano. No calendário judaico, começa no crepúsculo que inicia o décimo dia do mês hebreu de Tishrei, continuando até ao pôr do sol. Recordo-me que durante o Yom Kipur  quando estava em Israel, quase ninguém usava aparelhos eletrónicos, a eletricidade era cortada em vários locais e não se via nenhum carro na rua (bem, depois pesquisa mais sobre isso se quiseres).

Foi você que fez a sua mala?

Esta pergunta é feita para aferir se realmente foste tu quem fez a mala e não um familiar ou a pessoa com que vais viajar (se fores em casal por exemplo). Se tu não fizeste a tua mala, simplesmente responde “não, não fui eu que fiz a mala, foi o meu parceiro/familiar que a fez, no entanto, estou ciente de todo o conteúdo dentro da mesma”.

O que achaste da performance do Shakhtar Donetsk este ano?

Exemplo pessoal 2: Quando fui à Ucrânia sozinho (estava tudo normal na altura), o agente perguntou-me se me ia casar com alguma ucraniana e o que tinha achado da prestação do Shakhtar (um clube de futebol da Ucrânia)…E porquê? Provavelmente para quebrar o gelo e para testar a minha reação, nunca mais me esquecerei.

Porque é que é que falas espanhol tão bem?

Exemplo pessoal 3: Depois de ter uma conversa em espanhol perfeito com o agente mexicano, ele ficou extremamente curioso – porque é que um português fala castelhano de forma perfeita? Aí eu expliquei que tinha família de Espanha, que já vivi em Madrid, que tinha aprendido espanhol na escola e que usava o idioma todos os dias no trabalho (na altura que trabalhava no call center para a airbnb no mercado espanhol e da América Latina). Pronto, tudo tem lógica – tudo bate certo.

Oh Bascú, e podes passar umas dicas de como passar nesses “testes” com sucesso?

É importante ter toda a documentação em mão e pronta a ser mostrada ao agente. Podes guardar tudo numa pasta e ter tudo impresso: bilhetes de avião, reserva de hotel ou outra documentação que possa vir a ser necessária (dependendo do país). Isso facilita o trabalho do agente.

Eu até tenho uma foto de um story no meu instagram a ilustrar esta situação (pausa para ir procurar o story…).

Story em Marraquexe (destaque no IG “preparação”)

Se a estadia for em casa de algum amigo ou familiar, podes-lhes pedir uma carta convite (uma mera formalidade) mas que é importante.

Ser sempre uma pessoa honesta, espontânea e verdadeira. Quem não tem nada a esconder não tem nada a temer.

Comprova que tens data de regresso! Isto é fundamental para combater a imigração ilegal, por isso se demonstrares que tens voo de regresso ou posterior saída para outro país, não terás nenhum problema com este assunto.

Recomendo-te que sejas extremamente educado. Os agentes lidam com centenas de pessoas difíceis e impacientes, como tal destaca-te ao ser educado e cordial, infelizmente nem toda a gente é assim…

Pois é… já acabou por hoje, mas o meu “eu digital” vive no instagram , por isso vai-me lá dizer um olá, que eu não te vou perguntar “qual o motivo da tua visita”.

Boas viagens!

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