Sem Introdução, vamos direto ao assunto que eu tenho a sopa ao lume.
1 – Confiança precisa-se! Quando foi a última vez que foste totalmente responsável por alguma coisa? Quando foi a última vez que tu tinhas que organizar tudo e que certo projeto dependia 100% de ti? Viajar sozinho ensina-te a seres uma pessoa mais desenrascada e dá-te mais confiança ”à força”, pois sem ela, não irás muito longe na vida…(literalmente).
2 – Desenmerda-te! Aprende a resolver as coisas por tua conta, reserva tu o hotel, marca tu o voo, deixa de depender de agências de viagens, escolhe tu onde vais almoçar e o teu itinerário e caso surja algum problema na viagem, aprende a lidar com isso. Essas experiências vão-te ajudar a ser uma pessoa mais desenrascada e, acredita, isso será mesmo muito útil até na tua vida profissional. Ser desenrascado e pró-ativo é meio caminho andado para o sucesso.
3 – Fim do racismo e da xenofobia! Vais-te dar conta que muitos estereótipos e ideias pré-concebidas eram uma “ganda treta”. Porquê? Porque se por exemplo ficares num hostel, serás “forçado” a interagir com pessoas de todo o mundo e vais-te dar conta que todos esses livros antigos, notícias, filmes etc etc que te “imprimem” racismo no cérebro (sem que te dês conta) estavam errados… O mundo é a casa de todos nós e devemos respeitar e entender as nossas diferenças sem julgamentos. Quando começas a viajar + dás-te conta que as tuas ideias ou a tua forma de ver o mundo, é apenas a tua visão e a tua experiência.
Exemplo pessoal: recordo-me que quando fui a Budapeste e fiquei num hostel, partilhei o quarto com uma rapariga da Coreia do Sul, e lembro-me de a ver chegar ao quarto e a primeira coisa que ela fez, mesmo antes de arrumar a mala e deitar-se, foi tirar uma máscara facial da bolsa e colocá-la no rosto. Ela ficou ali 5 minutos parada em silêncio total e não “estava nem aí” para os outros. Enfim, fez-me pensar porque é que esse hábito era tão importante para a coreana… até que falei com ela e depois tudo fez sentido – faz parte da sua cultura e do seu quotidiano.
4 – Compaixão e gratidão! O simples facto de poderes ir viajar significa que és uma pessoa privilegiada (sim, não parece mas és), por isso sê uma pessoa mais grata. Em relação à compaixão tem “mais ou menos” a ver com o que eu falei no ponto 3 (história da coreana), ao viajar compreenderás melhor as posições e perspetivas das outras pessoas e isso tornar-te-á uma pessoa com mais compaixão (mesmo que não te apercebas disso).
5 – Arriscar é bom! Viajar sozinho é bom, mas tem sempre os seus riscos. Mesmo que hoje em dia seja mais fácil, mesmo que tenhas acesso a todas as dicas e conselhos de segurança, eu dou-te os meus parabéns por “arriscares” a ir viajar a solo. Ok, quem já o faz sabe que é bem mais fácil do que parece, no entanto dar o primeiro passo é o que custa mais, logo, se ultrapassares essa barreira mental, tudo será mais fácil daqui em diante!
6 – Respeito próprio! Vai onde tu sempre sonhaste sem esperar pelos outros, respeita a tua vontade e opinião. Faz isso, que mais tarde o teu “eu” de 69 anos vai ficar orgulhoso de ti.
7 – Auto-conhecimento! Lidar contigo próprio em viagem será o melhor teste para entenderes melhor quais as tuas paixões, defeitos, qualidades e até que tipo de destino é que gostas mais. Imagina, foste para Madrid, mas afinal até te deste conta que preferes cidades com mar, logo, da próxima vez já vais ter atenção a isso ao escolher o teu próximo destino.
8 – Estrela no mercado de trabalho! Não é brincadeira, o meu currículo em inglês tem algo do género “solo travel” na parte dos hobbies. O que é que achas que o recrutador vai pensar? “Este é pró-ativo, confiante, toma iniciativa, não espera pelos outros e resolve os problemas”. Em suma, a capacidade de resolver problemas enquanto viajante individual pode ser muito valiosa para um empregador e para o mercado de trabalho em geral (lá estou eu a rimar…)
9 – Criar um negócio! Não sei se já sabes, mas eu tenho dois cursos: o “essencial em viagem” + “bíblia do viajante” e conteúdo prático e educativo nas redes sociais, e ainda agora comecei… Para criar algo, quer seja um negócio ou uma fonte de renda extra é preciso ser muito confiante e acreditar em si mesmo. Ora, para viajar a solo é igual… se não tens confiança em ti mesmo nem gostas da tua própria companhia, estás f*d** para o resto da vida, vê lá se aprendes a gostar mais de ti e se quiseres criar algo teu, começa a fazer coisas sozinho para aprenderes a ser mais confiante e autónomo.
10 – Paladar apurado! Quanto mais viajares, mais comida diferente vais experimentar e mais o teu paladar se irá aprimorar, agora vou parar de rimar e no ponto 11 continuar.
11 – Minimalismo! Se começaste a viajar a solo na era das low cost (ryanair, easyjet, volotea, vueling…), sabes que viajar em low cost, só se aplica se viajares apenas com 1 mochila pequena, porque caso leves 2 peças de bagagem de mão ou 1 mala grande para o porão, o preço do bilhete dá para tirar 1 semana de férias em Lamego (estou a brincar mas tu entendes a ideia). Ora, com essa limitação, eu aprendi a levar apenas o necessário, até porque a maioria das pessoas leva coisas em viagem que nem usa! Então porquê desperdiçar espaço? Leva apenas o necessário, não exageres nas coisas, é uma viagem, não vais mudar de casa.
12 – Flexibilidade! Fazer planos de viagem é “uma treta”. É importante ter um roteiro e saber o que ver e o que fazer, mas tens que deixar espaço ao improviso. Esse espaço (mental), vai-te obrigar a arranjar uma solução flexível, quer seja para escolher um lugar diferente para ir, ou caso tenhas de alterar o que queres fazer durante a viagem.
13 – Instinto apurado! Quem já viajou sozinho, sabe exatamente do que estou a falar. Há gente boa e gente má em todo o mundo, e ao ires interagindo com várias pessoas nas tuas viagens por esse mundo fora, vais-te dando conta de quem tem boas intenções e de quem não as tem, é como se o teu corpo te desse sinais (tu sabes do que falo). Esta é uma lição de vida, aprende a confiar no teu instinto, todos temo-lo, porque quando o ignoramos dá m*rda…
14 – Decisões! Quer se trate de resolver problemas ou de fazer as coisas acontecerem, quando estás a viajar sozinho quem dita o rumo das coisas és tu a 100%. Este planeta precisa de mais pessoas que tomem mais decisões e iniciativa, até porque como o meu pai diz “de blabla já está o mundo cheio”.
15 – Pessoa mais interessante! Quem é que achas que é mais interessante, o rapaz que vai todos os anos 15 dias para a praia da rocha em Portimão (aquela praia onde esticas o braço e tocas no sovaco da pessoa ao lado em agosto), ou o rapaz que todos os anos explora destinos diferentes e tem sempre histórias interessantes para contar? Essa é óbvia… Não quer dizer que tenhas que viajar para ser uma pessoa mais culta e interessante, mas ajuda sem dúvida…
16 – Paciência! Vou-te contar o que acontece com muita gente (a mim também) quando se viaja sozinho. Ex: quando aterras num país novo, pode demorar algumas horas a sentires-te confortável, isto porque o teu cérebro precisa de tempo para assimilar tudo o que está a ver, sentir, ouvir e cheirar. Podes até ter sensações do género: “quero-me ir embora”, “o que raio vim aqui fazer”, isto é apenas o teu cérebro a reagir a algo desconhecido e a mandar-te “essas bocas”, acredita que umas horas depois isso passa… Quanto mais viajares, mais te aperceberás dessa sensação, até que chegará o dia em que, inconscientemente e conscientemente saberás que são sensações “banais”.
Depois do que leste, espero que vás viajar sozinho, pelo menos uma vez na vida, “9 em cada 10 dentistas recomendam”. Finalizo o texto, dizendo-te que se quiseres ficar 100% preparado para as tuas próximas viagens, poupar centenas de euros e outras centenas de dores de cabeça e ter acesso a dicas espetaculares de forma lúdica e organizada, entra já no curso essencial em viagem aqui!